25.4.05

De olhos bem abertos

Ó Senhor Deus, abre os olhos do meu empregado e deixa que ele veja!
2 Reis 6. 17

Muita coisa pode acontecer na vida da gente. Muita coisa que foge ao nosso controle. Muitas imagens buscam tornar mais claro aquilo que sentimos em cada um desses momentos em nossa vida. A poesia do momento é traduzida por palavras. Se os momentos são bons, raios do Sol iluminam a nossa alma, e as palavras que usamos são belas e ricas como o brilho reluzente de lindas jóias de ouro. Se os momentos são tenebrosos, as palavras buscam captar as trevas, as névoas e as tempestades que se abatem contra o barco em que seguimos. Nessas horas, não somos capazes de enxergar o escape. Não podemos ver nada além de nossos narizes e as trevas nos convencem que já estamos derrotados. Em todos os momentos, portanto, a pior coisa que pode nos acontecer é que percamos a visão.
Eliseu estava sendo perseguido pelo rei sírio que havia sido informado que era o profeta o causador de seus vários fracassos em atacar o rei de Israel. O profeta informava os planos sírios ao rei e evitava o desastre. Eliseu, então, se tornou alvo. E uma noite todo o exército sírio cercou o profeta.
Diante das nossas lutas, quando o mar estar revolto, quando a névoa cobre o barco e obscurece nossa visão, quando o nosso raio de ação é limitado, podemos nos desesperar. O assistente do profeta se desesperou: Senhor, nós estamos perdidos! O que vamos fazer? (2 Rs. 6. 15).
Aquele homem não tinha outro problema que não o de visão. Esse é o nosso maior problema: vemos apenas um limitado horizonte. Aquele homem não via o que Eliseu podia ver. O profeta, então, ora: Ó Senhor Deus, abre os olhos do meu empregado e deixa que ele veja! Imagino a surpresa do assistente quando, olhos espirituais abertos, estendendo sua visão para além do alcance físico, ele viu que ao redor de Eliseu o morro estava coberto de cavalos e carros de fogo (2 Rs. 6. 17).
Mais eram os que estavam a proteger o profeta do que aqueles que o atacavam e o queriam morto. Mas essa realidade não era visível para simples olhos físicos. Era preciso abrir bem os olhos. Os olhos espirituais para que a realidade espiritual se descortinasse à frente.
Lutas várias nos acometem todos os dias. E tenho visto isso acontecer muito fortemente às pessoas que estão à minha volta e a mim mesmo. Nessas horas nosso pior risco é termos algum problema de visão. As tempestades começam a se levantar contra nós. Os exércitos inimigos nos afligem. Não conseguimos enxergar saída humanamente possível. É nessa hora que precisamos pedir a Deus que nos abra bem os olhos. Não estamos sós. Não podemos nos deixar abater. Não devemos nos desesperar. Mais são aqueles que lutam a nosso favor. Maior é o Que está em nós.
Esse quadro pode estar invisível aos olhos, limitados, humanos. Mas podemos orar com Eliseu: Ó Senhor Deus, abre os olhos do meu empregado e deixa que ele veja! Precisamos contemplar com olhos bem abertos, com a visão além do alcance, olhar além do aparente e ver que os montes estão cobertos pelos carros e cavalos de fogo do Senhor. Que são enviados, por incrível que pareça, unicamente para nos proteger. Para abrir o caminho no meio do terreno inimigo. Para nos conduzir em triunfo. Porque nenhuma de nossas lutas é realmente nossa. Todas elas e cada uma delas é do Senhor. É Ele quem peleja por nós. É Ele quem garante a nossa vitória. Aliás, já a conquistou finalmente na Cruz do Calvário. Peça a Deus. Abra bem os olhos e tenha visão além do alcance.

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