1.5.05

Com as perguntas certas

Certo homem de posição perguntou-lhe: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?Lucas 18. 18

Muitas pessoas podem nos ser modelo. Nem sempre, modelos de correção, mas mesmo quando sua atitude modelar não é correta, seu exemplo é ilustrativo e inspirador para nossas vidas. Pode servir para que aprendamos sobre o que não fazer, o que é tão importante quanto aprender que atitude tomar.
O personagem que conhecemos como jovem rico é um exemplo disso, sendo alguém capaz de ter tanto atitudes corretas, quanto posturas que devem nos inspirar a fugirmos delas. Ele tem questões interessantes sobre a vida eterna e sobre a salvação, sobre sua vida espiritual, e vai à Pessoa certa em busca de respostas. Ele tem as perguntas certas no coração e busca a fonte certa para alcançar a resposta: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna? é a pergunta que ele lança a Jesus.
É claro que com o passar do tempo, de nossa caminhada com o Pai, nossas perguntar mudam, mas a atitude correta a se tomar continua a mesma: ir a Jesus com as perguntas esperando que resposta Ele nos dará. É preciso ir a Jesus com as perguntas certas para receber dEle as respostas certas.
Isso é correto e fundamental. As dúvidas vão aparecer. Os questionamentos vão surgir. Vamos nos angustiar tantas vezes quando não compreendermos todas as coisas nas quais estamos metidos. Coisas à nossa volta vão nos sufocar e podemos nos sentir perdidos. A nossa luz, nessa hora, vai surgir quando levarmos nossas perguntas ao amor de Jesus, à Sua presença, na esperança de que a resposta certa dos lábios vem do Senhor. Sempre.
O problema do jovem rico foi a sua reação à resposta que o Senhor lhe dá. O problema é como reagimos às respostas de Deus. Vamos a Jesus com nossas perguntas, mas não estamos prontos a obedecer ao que Ele nos diz como resposta. Quantas vezes dizemos ao Senhor que desejamos a Sua orientação, mas fugimos de Sua resposta às nossas perguntas caso ela nos fira ou desagrade? Isso me faz pensar em um texto já partilhado nesse espaço. Ezequiel 33. 30 – 33 começa dizendo que o povo se reúne e fica interessado em saber o que o Senhor vai falar por meio do profeta. Eles dizem uns aos outros: Vinde, peço-vos, e ouvi qual é a Palavra que procede do Senhor (v. 30). Mas, diante do que Deus fala por meio do profeta, eles são denunciados por não transformarem as Suas Palavras em obras que lhes correspondam.
O caso do jovem rico é exemplar. A resposta de Jesus à sua pergunta o fere e o desagrada: Uma coisa ainda te falta: vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro nos céus; depois, vem e segue-me (Lc. 18. 22). Era preciso ter compromisso com Deus e com Cristo, coisa que ele acreditava ter. Mas também era preciso que ele, rico, tivesse compromisso com o pobre e com o próximo. Era preciso romper os limites de sua visão, de sua religiosidade, de sua própria vida.
A resposta de Jesus feriu o jovem rico porque exigia dele comprometimento. Jesus não abriu margens para discussões: ou o rico dava tudo aos pobres para seguí-Lo, ou não poderia ser discípulo. Amante de seus bens e incapaz de compreender o que a resposta de Jesus significava, ele decide ir se embora, e sai triste.
São dois exemplos diferentes dados pelo mesmo homem. De um lado, ele nos ensina, corretamente, que devemos ir a Jesus com qualquer questão que nos aflija, esperando dEle receber a resposta. Por outro lado, sua atitude frente à resposta que Jesus lhe dá nos ensina qual não deve ser nossa reação àquilo que Deus nos manda fazer. Mesmo que nos desagrade, mesmo que nos fira, mesmo que nos toque profundamente, Ele espera que se formos a Ele com as perguntas certas, queiramos levar conosco as melhores respostas que Ele tem para nos dar. Mesmo que não sejam, para nós, agradáveis.

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