27.5.05

Prazer

A Tua presença me enche de alegria e me traz felicidade para sempre.
Salmo 16. 11

O ser humano vive em busca do prazer. Faz parte da nossa natureza, foi assim que Deus nos fez, homens e mulheres que querem e desejam experimentar o prazer na vida. A busca do prazer é uma pulsão na humanidade. Se não agirmos assim, deixamos de fazer parte da raça humana.
Claro que o prazer pode ser pervertido. Estes dias, por exemplo, assisti na universidade uma cinebiografia do Marquês de Sade – “Os contos proibidos do Marquês de Sade” – que mostra como a busca do prazer pode ser pervertida pelo coração do homem. O sadismo, nome que deriva do Marquês, é sentir o prazer no sofrimento do outro. Masoquismo é ter prazer no próprio sofrimento.
A sexualidade pode, assim, ser uma porta importante para a perversão da busca pelo prazer. Podemos fazer tudo errado e fora de hora, apenas por não resistirmos à sede de prazer que domina o nosso ser. A linha de separação é tão tênue que podemos ver na história bíblica muita gente sofrendo em conseqüência de sua perversão e pecado sexual. Sodoma e Gomorra foram destruídas. A espada entrou no seio da família de Davi.
Buscamos o prazer. Temos essa sede inata. Faz-nos bem, é gostoso e, claro, nos desafia. Queremos o prazer na nossa vida. Temos sede de uma alegria plena e interminável. Temos o desejo ardente de experimentarmos as mais inexplicáveis sensações em nosso coração, em nossa mente, em nosso ser inteiro. Queremos isso tanto quanto queremos o amor. A alegria contagiante e incontrolável, manifestações do prazer mais intenso.
O Senhor quer saciar nossa sede de prazer. Na presença dEle, temos delícias inimagináveis, prazeres inefáveis. A Tua presença me enche de alegria e me traz felicidade para sempre. Não foi apenas um homem de Deus que clamou a Ele por sentir este prazer tremendo que só a Sua presença pode conceder. É nEle que repousa a saciedade de nossa sede por alegria e mais prazer. O prazer da nossa alma, o prazer máximo que sequer podemos imaginar ser possível sentir, está na presença do Senhor. Está na comunhão com Ele. Está em ser tocado por Ele, amado por Ele. O maior prazer que pode sentir o homem, aquele para onde devia nos guiar nossa pulsão, é o prazer de andar com o Senhor, em comunhão com Ele, na Sua presença eterna. Experimentando Sua alegria, Seu amor e o prazer que Ele tem em nós.
Assim diz o salmista, falando do prazer da comunhão com o Senhor: Quão amáveis são os Teus tabernáculos, Senhor dos Exércitos! A minha alma suspira e desfalece pelos átrios do Senhor; o meu coração e a minha carne exultam pelo Deus vivo! (Sl. 84. 1 – 2). Essa sede pela presença e comunhão com Deus, por estar para sempre ao Seu lado, só pode ser resultado da descoberta do pleno prazer e alegria que podemos experimentar apenas com o Senhor nosso Deus. Quem conheceu o prazer da presença do Senhor não o trocará, em circunstância alguma, de maneira nenhuma, por nenhum outro prazer, nenhuma outra alegria, nenhum gozo que podemos fruir nesse mundo. O prazer de estar na presença do Senhor, sua alegria, são insuperáveis e inegociáveis.
Por isso, ainda, é feliz o homem que tem o seu prazer na Lei do Senhor e, mais que isso, na sua meditação diária (Sl. 1. 2). O prazer da comunhão com Deus só é pleno quando somos capazes de ouvir, diariamente, Sua voz falando a nós a Sua palavra por meio de nossa meditação.
É muito prazer. Prazer inimaginável, inexplicável, inconfundível, inegociável para quem o experimenta. Muita gente vive sua vida cristã sem, jamais, experimentar o prazer que é andar com Deus. Por isso, provavelmente, pode ir buscar o prazer de que tem sede, como ser humano, em qualquer forma pervertida, ou qualquer forma fora da comunhão e do centro da vontade de Deus. Mas podemos vivenciar, experimentar e gozar o prazer mais fantástico que jamais poderemos descrever: o prazer de uma comunhão íntima com o nosso Amado, nós, Seus amantes, resgatados pelo Amor da Cruz de Jesus. Por Jesus, através dEle, podemos saciar nossa sede de prazer intenso. Na Sua Palavra e na Sua comunhão.

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