28.6.05

Procuração

E tudo o que vocês fizerem ou disserem, façam em nome do Senhor Jesus e por meio dele agradeçam a Deus, o Pai.
Colossenses 3. 17

Alguns anos atrás, quando me mudei para morar em Fortaleza, precisei fazer uma procuração em nome de minha tia a fim de que ela pudesse resolver algumas questões, especialmente bancárias, que deixei pendentes. A partir do momento que assinamos e registramos aquele documento, minha tia estava autorizada em falar e agir em meu nome, nos casos descritos por aquele instrumento. Obviamente, ela procuraria não tomar decisões que eu não tomaria. Ela tentaria fazer aquilo que imaginava que eu faria. E, em caso de necessidade, me consultaria sempre antes de qualquer coisa. Assim deve agir um procurador, alguém que fala e age em nome de outra pessoa.
Paulo, ao escrever aos Colossenses, parece nos colocar na condição de procuradores de Cristo Jesus. Somos Seus representantes, Seus embaixadores. O que quer que façamos, fazemos em nome dEle. Não é o nosso nome que entra em jogo, mas o nome do Senhor. E tudo o que vocês fizerem ou disserem, façam em nome do Senhor Jesus e por meio dele agradeçam a Deus, o Pai. Fomos postos na terra como Seus legítimos representantes, autorizados a falar e fazer no lugar dEle. Fomos postos como Seus legítimos procuradores.
Existem algumas implicações desse nosso papel como procuradores de Jesus. Em primeiro lugar, os procuradores não devem tomar suas próprias decisões. Cada decisão é tomada e cada palavra é dita em lugar do representado. Obviamente, falando e agindo em lugar do representado, não há espaço para decisões ou falas pessoais. É preciso conhecer, portanto, qual a vontade do Representado em cada situação em que O representamos. É preciso conhecer que palavras Ele falaria nesses momentos. É preciso, em outras palavras, que nos rendamos aos limites que nosso papel impõe: nós não somos mais que procuradores agindo e falando em nome do Senhor.
Para sermos, portanto, bons procuradores temos que conhecer profundamente Aquele a quem representamos. Nosso conhecimento não pode ser superficial, muito menos nosso contato com Ele pode ser mínimo. Temos que conhecê-Lo em profundidade e termos a mais concreta intimidade com Ele, a fim de que possamos, sempre, estarmos cientes do que é Sua vontade e obedientes aos Seus propósitos. Afinal, muito mais que nossos nomes, é o nome do Senhor que está em jogo. Se dizermos que somos de Cristo, é preciso que vivamos em relação suficiente com Ele para que sejamos bons procuradores.
Bons procuradores conhecem o suficiente seus representados para que não tenham dúvidas acerca de suas vontades nos casos em que se encontram atuando. De modo semelhante, se nos pusermos na presença de Jesus como bons procuradores, não restarão muitas dúvidas acerca da melhor forma de representá-Lo em nossas palavras e ações.
No trecho da carta de Colossenses em questão, Paulo parece apontar o que é necessário viver para representarmos bem Aquele que nos amou e nos escolheu para Ele: Portanto, vistam-se de misericórdia, de bondade, de humildade, de delicadeza e de paciência. Não fiquem irritados uns com os outros e perdoem uns aos outros, caso alguém tenha alguma queixa contra outra pessoa. Assim, como o Senhor perdoou vocês, perdoem uns aos outros. E, acima de tudo, tenham amor, pois o amor une perfeitamente todas as coisas. E que a paz que Cristo dá dirija vocês nas suas decisões, pois foi para essa paz que Deus os chamou a fim de formarem um só corpo. E sejam agradecidos. Que a mensagem de Cristo, com toda a sua riqueza, viva no coração de vocês! Ensinem e instruam uns aos outros com toda a sabedoria. Cantem salmos, hinos e canções espirituais; louvem a Deus, com gratidão no coração (Cl. 3. 12 – 16).
Bons procuradores, também, possuem um bom canal de comunicação com seus representados. Sua comunicação é livre de todo obstáculo, de qualquer empecilho. No momento em que se faz necessário, é possível haver diálogo. No caso de nossa relação com Cristo principalmente, é preciso que, como Seus procuradores, tenhamos a disposição de consultá-Lo sempre e em qualquer situação, uma vez que estamos aqui para agir em Seu nome. Nosso canal de comunicação com Ele, por isso, precisa estar desimpedido a fim de que sempre possamos consultar a Sua vontade, que é boa, agradável e perfeita.
Enfim, como procuradores, devemos tentar agir da melhor maneira possível, de modo a que se manifeste em nós aquilo que Jesus revela de Si. A fim de que Seu poder transpareça. A fim de que Sua glória se manifeste. A fim de que seja Seu nome exaltado por nossas vidas e atuemos, dignamente, como Seus legítimos representantes na terra. E tudo o que vocês fizerem ou disserem, façam em nome do Senhor Jesus e por meio dele agradeçam a Deus, o Pai.

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