8.8.05

Olhando para o Criador

Naquele dia, as pessoas olharão para o seu Criador a fim de pedir ajuda; todos se voltarão para o Santo Deus de Israel. Não confiarão mais nos altares que eles construíram, nem nas imagens que eles mesmos fizeram, nem nos postes-ídolos, nem nos altares de queimar incenso.
Isaías 17. 7 – 8

A.W. Tozer, um pastor canadense do século passado, disse certa vez que acreditava que a Igreja de Cristo precisava passar por uma experiência de despojamento total como foi a de Jó. A Igreja por inteiro precisava, para ele, ser despojada de seus bens e de todas as suas fontes de falsa segurança. Ele dizia que a Igreja precisava ser devastada, perdendo seus bens, tudo o que lhe fosse mais caro, para que sobrassem apenas os que realmente fossem fiéis a Jesus. Porque Deus, assim, possibilitaria que a Igreja perdesse tudo o que lhe fosse muito precioso para que aprendesse, à força, a se voltar para a única coisa realmente preciosa: o Senhor Jesus.
Quando olhamos de perto o que os profetas diziam contra o povo de Deus no Antigo Testamento constatamos que, na maioria das vezes, Deus explicitava justamente essa relação entre a punição, a devastação, e a volta ao Senhor a partir do instante que não sobrasse nada para o povo. Esse é o caso desta profecia de Isaías contra o povo de Israel. O povo erigiu diversas coisas distintas como fonte de sua confiança e sua fé. O Senhor, por isso, está lhe dizendo que o dia está chegando: Está chegando o dia em que Israel perderá todo o seu poder, e todas as suas riquezas acabarão (Is. 17. 4). Está chegando o dia em que o Senhor enviará profunda devastação contra o Seu Povo. Ao ponto que o resultado será um ambiente incrivelmente destruído, semelhante a um campo de trigo após a colheita (Is. 17. 5), ou a aparência de oliveira após a retirada de todas as oliveiras (Is. 17. 6).
Nenhuma dessas coisas acontece sem um propósito expresso do Senhor. Ele fala que vai devastar a terra, vai fazer restar vivos pouca gente, mas com uma intenção de restauração: Naquele dia, as pessoas olharão para o seu Criador a fim de pedir ajuda; todos se voltarão para o Santo Deus de Israel. Não confiarão mais nos altares que eles construíram, nem nas imagens que eles mesmos fizeram, nem nos postes-ídolos, nem nos altares de queimar incenso.
Chama-me a atenção a afirmação presente de que é o Senhor que está falando: Eu, o Senhor, o Deus de Israel, estou falando (Is. 17. 3 e 6). Soa aos meus ouvidos como se o Senhor estivesse querendo lembrar ao povo de com quem eles estão lidando. Deus não é qualquer um. Ele é o Senhor de Israel, o Deus da Aliança que eles têm quebrado constantemente. E como o povo poderia imaginar que o Senhor iria permanecer calado e impassível? Se a Aliança está sendo quebrado, Deus vai falar e agir. Não se pode brincar impunemente com Ele ou com o Seu nome. Ele devasta a terra para mostrar-nos quem é Deus. Pois quem é Deus, senão o Senhor? E quem é o rochedo, senão o nosso Deus? (2 Sm. 22. 32).
Deus envia a devastação contra o Seu povo, volto a repetir, com o expresso propósito de que os restantes se voltem com inteireza ao Senhor. Apenas a Ele. Busquem-no, verdadeiramente e em intensidade. Com tudo devastado, como anuncia Isaías, não restará mais nada em que se apoiar, coisa alguma senão o Senhor.
A gente passa por instantes em que contemplamos uma grande devastação produzida pelo Senhor em nossas vidas. As nossas famílias podem ser devastadas inesperadamente. Os nossos sonhos são destroçados de repente. A nossa vida se põe em situação de xeque, parece que tudo tem chegado ao fim. Muitas coisas podem nos fazer sentir como se vivêssemos no meio de um campo devastado. E sabemos que foi o Senhor quem agiu. Nessas horas, creia e espere, porque Deus não age sem propósito. E o Seu propósito expresso, quando age assim conosco é nos fazer volta a Ele com mais amor e intensidade. É que nos lancemos no mais íntimo relacionamento com Ele. Naquele dia, as pessoas olharão para o seu Criador a fim de pedir ajuda; todos se voltarão para o Santo Deus de Israel. Não confiarão mais nos altares que eles construíram, nem nas imagens que eles mesmos fizeram, nem nos postes-ídolos, nem nos altares de queimar incenso.

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